sexta-feira, 13 de maio de 2011

Crítica: Acerto segmentado

Assim que estreou, Rebelde parecia uma novela perdida entre dois mundos que teimavam em não se encontrar. De um lado, conflitos adolescentes recheados de sequências de aventura e cenas românticas. De outro, atores experientes defendendo personagens adultos que pouco se justificavam na trama. Agora, após quase dois meses de exibição, o segundo fruto da parceria entre a Record e a Televisa parece ter se encontrado. E isso se reflete na audiência, que começou em nove pontos de média e já chegou aos dois dígitos esperados. Está praticamente estabilizada em 12 pontos, de segunda a sexta, às 19 horas. O mérito começa pelo amadurecimento do elenco jovem. Vê-se que a longa preparação dos seis protagonistas funcionou. Hoje, é difícil encontrar deslizes nas atuações que não sejam superados pelas características individuais de cada um deles. Lua Blanco e Arthur Aguiar, por exemplo, são os mais seguros. Na pele dos revoltados Roberta e Diego, ambos se mostram à vontade tanto nas cenas de briga quanto nos encontros musicais no porão. Sophia Abrahão e Micael Borges conseguiram encontrar a química que ficou ausente no primeiro casal concreto formado na trama. Sophia tornou a esnobe Alice uma estudante sensível e disposta a assumir o amor pelo pobretão Pedro, de Micael. E ele, com exceção das sequências em que repete exaustivamente que Franco (Luciano Szafir) foi o responsável pela morte de seu pai, achou o tom heroico que o personagem demanda.
No rastro do riso
O poder de sedução é a arma de Débora, em Rebelde, personagem de Lisandra Parede na trama da Record. Ela vive um personagem cômico que terá outras nuances ao longo da história. “Inicialmente ela é vulgar, porque paquera vários homens. O que importa é que eles sejam ricos”, explica Lisandra. 
Para compor a personagem ambiciosa, a atriz está lendo o livro Alpinista Social, de Janey Wicox. A história é sobre uma mulher que anseia alcançar status social, assim como Débora, se relacionando com pessoas influentes e frequentando lugares sofisticados. “Me inspirei nessas pessoas que encontramos ao longo da vida. Pessoas ambiciosas que querem aparecer.”
O terror do Cupido
Rayana Carvalho tem uma personalidade tranquila e bem ponderada. Muito diferente da sua personagem maquiavélica em Rebelde. No folhetim, a pernambucana de 24 anos interpreta Pilar, uma “aborrecente” que adora atrapalhar a vida dos seis protagonistas. “Ela é do contra e não suporta ver a felicidade alheia. É muito carente e acaba fazendo maldades quando não consegue se incluir nos grupos, o que é inimaginável para uma patricinha que se acha tanto”, explica a atriz. Para dar veracidade às vilanias cometidas por sua personagem, Rayana se lembrou de antigas colegas de classe, que gastavam a maior parte do dia fazendo fofocas e arquitetando planos para separar casais.


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